segunda-feira, 22 de junho de 2009

Ser radical livre é um chamado, não um trabalho voluntário



A base de qualquer obra é o chamado de Deus. Se tenho uma palavra dEle, é ela que me sustentará quando vierem as lutas. Quando estamos envolvidos na obra por um chamado divino, significa que estamos ali não porque o pastor nos chamou, mas, sim, o próprio Deus. Se fazemos a obra porque todos na igreja são líderes e temos que ser também, se lideramos com essa motivação, precisamos parar porque isso não é obra de Deus. O envolvimento no reino de Deus deve ser conseqüência de um chamado para viver para Ele, não apenas para ser pastor. Eu não sou empregado do pastor Aluízio, da Videira nem de homem algum. Eu trabalho para o Senhor e me submeto aos homens que Ele constituiu como autoridade sobre mim, mas, na verdade, quem manda na minha vida é Deus, através de cada um deles. Eu me submeto a Cristo que está dentro deles, mas quem me chamou não foi um homem.


Quando o pastor Aluízio me convidou para exercer o pastorado de jovens, eu e minha esposa insistimos muito para que ele conversasse mais conosco a respeito disso. Eu estava em busca de garantias que pudessem confirmar se deveria ou não aceitar. Porém, ele se limitou a dizer que só me chamara porque sentia paz, mas nunca falaria comigo a esse respeito, pois, se o fizesse, eu apoiaria meu ministério no chamado de um homem e, quando os dias de tempestade viessem, não teria uma palavra de Deus para me sustentar.


É preciso ter convicção do chamado. Ninguém pode participar da rede dos Radicais Livres simplesmente porque o pastor chamou. Não convidamos ninguém para ser líder, mas para algo muito maior: ser um canal de transformação eterna. Só assim a participação nessa obra começa a ganhar valor. Paulo era chamado da parte de Deus, pela vontade dEle. A vida cristã está relacionada a duas coisas: saber ouvir a voz de Deus e, depois, obedecê-la. Sua base não é necessariamente a compaixão, mas o chamado de Deus.


Tenho visto algumas coisas dentro da igreja que me chocam. Há muitos pastores e líderes que estão lá apenas para ocupar um cargo, para cumprir uma função. Por isso tantos líderes entregam sua célula e discipuladores cansados dizem que já trabalharam muito. São pessoas que não tem revelação do chamado da parte de Deus. Quem é chamado por Ele, carrega em si uma paixão, um sonho, um encargo. Assim como Paulo, que tinha a convicção de estar carregando sobre si a responsabilidade de um chamado que o movia, era seu combustível, sua razão para viver, morrer e pensar.


Nas primeiras palavras da Bíblia, no livro de Gênesis, descobrimos que o Espírito de Deus pairava sobre as águas. Então, Deus ordenou que houvesse luz e tudo começou a acontecer. Isso significa que quando a voz de Deus arde dentro do nosso coração e a Sua unção vem sobre nós, algo nasce. Pode ser que amanhã na célula todos o abandonem, e fiquem apenas você e o anfitrião. Se não houver um chamado de Deus em seu coração, certamente você entregará a célula. Por quê? Porque sua motivação estará nas pessoas, não em Deus. Enquanto elas estiverem lá, você permanecerá; quando saírem, você também sairá.


Quando uma pessoa é chamada por Deus, não interessa se há um membro ou vinte, ele permanecerá em sua célula. Isso é um tremendo privilégio, pois quem pode trabalhar com Deus? Quem pode cumprir as exigências do padrão de excelência e perfeição que Ele estabelece? Ninguém! Só com muita graça e misericórdia podemos cumprir o chamado de Deus. Sozinhos, só fazemos “bagunça”. Somos semelhantes a um menino de dois anos querendo ajudar o pai a lavar o carro que já foi limpo: ele pega o sabão, lambuza na terra, passa de novo e apronta aquela bagunça e sujeira. O pai limpa novamente e, quando percebe, já está sujo do outro lado também. O menino queria trabalhar e o pai aceitou a ajuda, mesmo sem precisar, porque ama o filho e quer treiná-lo para ser um homem. O menino pensa que está fazendo grandes feitos lavando o carro, ajudando o papai, mas na verdade, está atrapalhando, sujando tudo. No fim das contas, o pai acaba dando um jeito e ainda abraça seu filho e o elogia, dizendo que está honrado com aquela ajuda. Como se isso não bastasse, ainda o presenteia com um sorvete. Essa é a nossa história com Deus.


Ele não precisa de nós. Quando nos metemos naquilo que Ele está fazendo, aprontamos muita confusão. Por isso, ser chamado é um privilégio. Por pura graça e misericórdia, Deus nos chama para participar de uma obra que é exclusiva dEle. Quem não entende isso, realmente não é digno de liderar. Aquele tem essa revelação, aconteça o que acontecer, não desistirá. Ninguém lhe tirará sua célula. Ele a defende com unhas e dentes porque sabe que foi um tesouro dado por Deus. Ele tem consciência de que a obra é do Pai, mas, já que a liderança lhe foi confiada, é sua responsabilidade responder a esse chamado.


Pr. Naor Pedroza, Radicais Livres Goiânia, Go, Brazil

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